Investigações conduzidas pelo MPM (Ministério Público
Militar) e um levantamento inédito do STM (Superior Tribunal Militar)
feito a pedido do UOL mostram, porém, que, assim como as demais
instituições brasileiras, as Forças Armadas também sofrem com os casos
de corrupção.
Denúncias feitas pelo MPM apontam para desvios milionários
praticados tanto por praças quanto por oficiais de alta patente. Os
casos vão de cobrança de propina em contratos a roubo de peças de
tanques militares. Mais de uma centena de militares já foi condenada por
crimes como esses entre 2010 e 2017 e que a falta de transparência no
controle dos gastos pode criar o ambiente perfeito para que a corrupção
se propague.
O MPM (Ministério Público Militar) identificou, nos últimos
dez anos, desvios de pelo menos R$ 191 milhões nas Forças Armadas. Boa
parte deste valor é resultado de crimes como fraudes a licitações,
corrupção passiva, ativa, peculato e estelionato. O valor é resultado de
um levantamento feito pelo UOL com base em informações repassadas pelo
MPM.
Procurado pela reportagem, o Ministério da Defesa diz fazer
auditorias para a avaliação dos gastos das Forças Armadas, que “nenhuma
organização ou país está imune à corrupção” e que “na formação e
educação do militar, fatos desabonadores da ética e da moral são
repudiados e devidamente punidos”.
O levantamento tem como base um conjunto de 60 denúncias
feitas pelo MPM e mostra que a corrupção não apenas existe nas Forças
Armadas, mas que ela é praticada tanto por praças (cabos e soldados)
quanto por oficiais de alta patente, a elite entre os militares.
O MPM é um braço do Ministério Público Federal especializado
na apuração de crimes cometidos por militares ou civis contra as Forças
Armadas. Seus promotores e procuradores são civis, embora alguns deles
já tenham tido carreira militar.
As informações são de reportagem de Leandro Prrazeres no UOL.
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